Papa americano vira alvo de teoria do fim dos tempos por causa do Apocalipse 13 — mas pastor desmascara: “invencionices perigosas”

O anúncio do novo papa, Leão XIV, norte-americano, acendeu um incêndio nas redes sociais — e o combustível? Um velho conhecido: o capítulo 13 do Apocalipse. Internautas mais apocalípticos interpretaram a nomeação como a realização de uma profecia bíblica sobre o surgimento das duas bestas: uma do mar (poder político) e uma da terra (poder religioso). Coincidência ou clickbait celestial?

ENTRETENIMENTO

1 min ler

Segundo essas interpretações, o fato do papa ser dos EUA — o país mais poderoso do planeta — já o colocaria no radar da profecia. O nome “Leão” lembraria a “besta da terra” e, veja só: ele é o XIV, número que vem logo após o 13, capítulo da tal profecia. Coincidência ou marketing apocalíptico?

Mas calma! O pastor e teólogo Kenner Terra, doutor em ciências da religião, joga um balde de água fria nessa febre conspiratória. Para ele, essa leitura moderna do texto bíblico é “perversa, perigosa e alienadora”.

“O Apocalipse não estava prevendo o fim do mundo em 2025 com um papa yankee. Estava criticando o império romano e o terror de Nero César”, explica o pastor.

O tal capítulo 13, famoso também pelo lendário número 666, descreve duas criaturas simbólicas: uma representa o poder político opressor, e a outra, o religioso manipulador. A crítica era ao sistema imperial de Roma — não a futuros papas com passaporte azul-marinho.

Até o Iron Maiden entrou na dança com sua clássica The Number of the Beast, alimentando o mito na cultura pop. Mas Kenner lembra: a associação do papa com o anticristo já virou um hit desde os tempos da Reforma Protestante — não é de hoje que o Vaticano enfrenta essas teorias insanas.

Em resumo? Teoria da conspiração é um prato cheio... mas cheio de invenção. Antes de ver o fim do mundo em cada escolha papal, talvez seja bom abrir a Bíblia com contexto histórico, e não só com hashtags.